11/10/2012

Lugares Sagrados: Stonehenge, Inglaterra



As ruínas de Stonehenge ficam próximas à Salisbury, a duas horas de Londres. As agências inglesas vendem um passeio de um dia a partir de Londres, com parada também nas ruínas de Bath por cerca de US$80. Pode-se ainda ir de trem até Salisbury e de lá tomar um ônibus. É na planície de Salisbury, sul da Inglaterra, que se ergue esse estranho e indecifrável complexo monolítico chamado Stonehenge, um enigma tão grande quanto ao das pirâmides. Stonehenge, do ingles arcaico "stan", que significa pedra, e "hencg’, que quer dizer eixo, monumento megalítico da Idade do Bronze, localizado na planície de Salisbury, próximo a Amesbury, no condado de Wiltshire, no Sul da Inglaterra - cerca de duas horas de Londres. Trata-se do monumento pré-histórico mais importante da Inglaterra e não há nada semelhante em todo o mundo. Este altar de pedras tem sido usado há 5.000 anos e não se tem certeza absoluta qual era sua finalidade. Rituais Druidas, cerimônias em homenagem ao sol, ou portal para seres de outros planetas são algumas das possibilidades sempre lembradas. Os saxões chamavam ao grupo de pedras "Stonehenge" ou "Hanging Stones" - pedras suspensas, enquanto os escritores medievais se lhes referem como "Dança de Gigantes".
As “pedras azuis” usadas para construir Stonehenge foram trazidas de até 400km de distância, nas montanhas de Gales, com direito a travessia marítima, quando não faltavam pedreiras na vizinhança. Algumas pesam cinquenta toneladas e tem cinco metros de altura. Se alguém traçar uma linha no chão, passando no meio do círculo formado pelas pedras, vai ver que esta linha aponta para a posição do nascer do sol de verão.
O monumento é um exemplo clássico das civilizações megalíticas. Cientistas afirmam que Stonehenge foi construído entre os anos 2.800 e 1.100 a.C., em três fases separadas. Na primeira fase -  morro circular, que conhecemos como o círculo externo de Stonehenge, e dos três círculos de buracos, cinqüenta e seis ao todo, que cercam o monumento. As quatro "pedras de estação" que se supõe terem sido utilizadas como um Observatório Astronômico, o objetivo aparente seria observar o nascer e o por do Sol e da Lua, visando elaborar um calendário de estações do ano. Na segunda fase iniciou em 2.100 a. C., quando ocorreu a construção do duplo círculo de pedras, em posição vertical no centro do monumento, bem como da larga avenida que leva a Stonehenge e da margem externa das planícies cobertas de grama que o rodeiam. Na terceira e última fase, o duplo círculo de pedras foi separado e reconstruído, sendo erguidos muitos dos trílitos. Estima-se que as três fases da construção consumiram mais de trinta milhões de horas de trabalho.
Originalmente Stonehenge era um círculo externo, e media oitenta e seis metros de diâmetro. O círculo interno - com as pedras maiores, media trinta metros. Havia ainda uma avenida de acesso principal onde ficavam os portais de pedra, marcando o alinhamento do sol e os ciclos da lua. Analisando-se as pedras observa-se que elas foram cortadas para encaixar exatamente uma na outra, o que é incrível, já que na época não existiam ferramentas de construção com esta precisão.
Ao meditar sobre os mistérios de Stonehenge, vale lembrar que, naquela época, diferentes tribos e autoridades contribuíram para a construção de Stonehenge. Cada um pode ter tido objetivos diferentes para construir o monumento.
Alguns relatos históricos contam que os Druidas, uma tribo Celta que habitou a região da Inglaterra durante o império Romano fizeram cerimônias aqui, mas é certo que não foram eles que construíram Stonehenge, pois o monumento já existia quando os Druidas chegaram à Inglaterra, a datação pelo Carbono-14 prova isto. Eles apenas herdaram a tradição, costumes e rituais dos primeiros moradores deste lugar.
Acredita-se que Stonehenge e outros sítios megalíticos hajam sido construídos pelos antepassados dos Druidas deste milênio, por acreditarem que fossem lugares de grande força para concretizarem seus rituais, em lugar de templos fechados - eles reuniam-se nos círculos de pedra, como se vêem nas ruínas de Stonehenge Avebury, Silbury Hill e outros.  
Durante séculos, Stonehenge foi cenário de reuniões de camponeses e nos últimos noventa anos os "Druidas" modernos celebraram aqui o solstício de Verão. Durante aproximadamente vinte anos, milhares de pessoas se reuniam no local todos os meses de junho para assistirem ao festival que aí tem lugar. Mas, em 1985, as autoridades proibiram tanto a vinda dos Druidas como o festival em si, receosas de que as pedras, assim como a paisagem circundante, possam ser danificadas.
Diversas pedras de Stonehenge possuem desenhos ou inscrições feitas pelas antigas civilizações, embora já estejam bastante apagadas pelo tempo. Como o local não fica longe de Londres, há diversas excursões de um dia que vão até lá. Se você está de carro, Stonehenge fica duas milhas a oeste de Amesbury, quase na junção das estradas A303 e A344.
O fim de Stonehenge aconteceu por volta do ano 1.600 a.C. Foi a partir daí que começou sua destruição. Apesar do tamanho, muitas das pedras desapareceram. As pedras menores teriam sido carregadas por visitantes que queriam levar lembranças. A partir de 1.918 o local começou a ser recuperado, e pedras que estavam inclinadas e ameaçando tombar foram reerguidas. Atualmente, o lugar é administrado pelo English Heritage e - como o número de visitantes é de cerca de 700 mil por ano, foram tomadas medidas mais rigorosas para garantir a preservação de Stonehenge.
Ao redor do monumento principal existem outras obras intrigantes. Afastado de Stonehenge, 800m ao norte está o chamado Cursum. Semelhante à uma pista reta de corridas de cavalos, com 2,8 km de comprimento e 90m de largura, imagina-se que ele também era usado em cerimoniais religiosos e procissões. Alguns adeptos do estudo dos OVNI’s (UFO’s) afirmam que seu objetivo era servir como pista de pouso para naves interplanetárias.
De qualquer forma, Stonehenge é o mais visitado e conhecido círculo de pedras britânico, e até hoje é incerta a origem da sua construção, bem como da sua função, valendo a versão de que era usado para estudos astronômicos, mágicos ou religiosos.
Recolhendo os dados a respeito do movimento de corpos celestiais, as observações de Stonehenge foram usadas para indicar os dias apropriados no ciclo ritual anual. Nesta consideração, é importante mencionar que a estrutura não foi usada somente para determinar o ciclo agrícola, uma vez que nesta região o Solstício de Verão ocorre bem após o começo da estação de crescimento; e o Solstício de inverno bem depois que a colheita é terminada. Desta forma, as teorias atuais a respeito da finalidade de Stonehenge sugerem seu uso simultâneo para observações astronômicas e a funções religiosas, sendo improvável que estivesse sendo utilizado após 1.100 a.C..
A respeito da sua forma e funções arquitetônicas, os estudiosos sugeriram que Stonehenge - especialmente seus círculos mais antigos - pretendia ser a réplica de um santuário de pedra, sendo que os de madeira eram mais comuns em épocas Neolíticas.
Segundo dados mais recentes, obtidos por arqueólogos chefiados por Miker Parker Pearson, Stonehenge está relacionada com a existência do povoado Durrrington. Este povoado formado por algumas dezenas de casas construídas entre 2.600 a.C. e 2.500 a.C., situado em Durrington Walls, perto de Salisbury, é considerada a maior aldeia neolítica do Reino Unido. Segundo os arqueólogos foi aí encontrada uma espécie de réplica de Stonehenge, em madeira. John Aubrey, no século XVIII, antes do desenvolvimento dos métodos de datação arqueológica e da pesquisa histórica, foi quem primeiro associou este monumento, e outras estruturas megalíticas na Europa, aos antigos Druidas. Esta idéia, e uma série de falsas noções relacionadas, difundiram-se na cultura popular do século XVII, mantendo-se até aos dias atuais.
Na realidade, os Druidas só apareceram na Grã-Bretanha após 300 a.C., mais de 1.500 anos após os últimos círculos de pedra terem sido erguidos. Algumas evidências, entretanto, sugerem que os Druidas encontraram os círculos de pedra e os utilizaram com fins religiosos.
Ao meditar sobre os mistérios de Stonehenge, vale lembrar que, naquela época, diferentes tribos e autoridades contribuíram para a construção de Stonehenge. Cada um pode ter tido objetivos diferentes para construir o monumento.
Novos construtores edificaram uma avenida de monólitos que ligava Stonehenge ao rio Avalon a cerca de 3,2 Km de distância. Stonehenge sobreviveu e a sua magia nunca desapareceu. Atribui-se ao mago Merlin o levantamento das pedras, enquanto que a população local acreditou por muitos anos que as pedras tinham poder curativo que, quando transferidos para a água, conseguiam curar todo o tipo de doenças.
Outros autores sugeriram que os monumentos megalíticos foram erguidos pelos Romanos, embora esta idéia seja ainda mais improvável, uma vez que os Romanos só ocuparam as Ilhas Britânicas após 43, quase dois mil anos após a construção do monumento.
Somente com o desenvolvimento do método de datação a partir do Carbono-14 estabeleceram-se datas aproximadas para os círculos de pedra. Durante décadas não foram formuladas explicações plausíveis para a função dos círculos, além das suposições de que se destinavam a rituais e sacrifícios.
O mais famoso monumento da pré-história pode ter sido um centro de cura, para onde iam peregrinos há mais de 4.500 anos. A afirmação é de um grupo de arqueólogos que trabalha, desde o começo do mês, nas primeiras escavações em mais de 40 anos no monumento. O grupo acredita ter encontrado indícios que podem, finalmente, explicar os mistérios da construção de blocos de pedra. A equipe descobriu um encaixe que, no passado, abrigou as pedras azuis - rochas vulcânicas de tom azulado, a maioria já desaparecida, que formava a primeira estrutura construída no monumento. Eles acreditam que as pedras azuis podem confirmar a tese de que Stonehenge era um local para onde as pessoas se deslocavam em busca de cura.
Nas décadas de 1.950 e 1.960, o professor Alexander Thom, coordenador da Universidade de Oxford e o astrônomo Gerald Hawkins abriram caminho para um novo campo de pesquisas, a Arqueoastronomia, dedicado ao estudo do conhecimento astronômico de civilizações antigas. Ambos conduziram exames acurados nestes e em outros círculos de pedra e em numerosos outros tipos de estruturas megalíticas, associando-os a alinhamentos astronômicos significativos às épocas em que foram erguidos. Estas evidências sugeriram que eles foram usados como observatórios astronômicos. Além disso, os arqueoastrônomos revelaram as habilidades matemáticas extraordinárias e a sofisticação da engenharia que os primitivos europeus desenvolveram, antes mesmo das culturasegípcia e mesopotâmica. Dois mil anos antes da formulação doteorrema de Pitágoras, constatou-se que os construtores de Stonehenge incorporavam conhecimentos matemáticos como o conceito e o valor do π (Pi) em seus círculos de pedra.
A explicação científica para a construção está no ponto em que o monumento tenha sido concebido para que um observador em seu interior possa determinar, com exatidão, a ocorrência de datas significativas como  solstícios e equinócios, eventos celestes que anunciam as mudanças de estação. Para isto basta se posicionar adequadamente entre os mais de 70 blocos de arenito que o compunham e observar-se na direção certa.
Esta descoberta se deu em 1.960, demonstrando, através da arqueologia, que os povos neolíticos, 3.000 anos antes de Cristo, já tinham este conhecimento.
A importância estaria vinculada diretamente à agricultura dos povos da época. Segundo o historiador Johnni Langer, a vida dos povos agrícolas está ligada ao ciclo das estações, e o homem pré-histórico precisava demarcar o tempo para saber quais eram as melhores épocas para colheita e semeadura, e a observação do céu nasceu daí.

Stonehenge também é palco dos misteriosos Círculos Ingleses 

Alguns pesquisadores passaram a tentar encontrar algumas explicações naturais para desvendar o mistério dos Círculos Ingleses, como fenómenos climáticos inusitados, casualidades meteorológicas e outras hipóteses mais complexas. Esses desenhos (círculos ingleses) costumam aparecer freqüentemente em plantações de trigo, soja, cevada e milho. E esses cereais afetados chegam a se desenvolver muito mais rápido (cerca de 40% mais rápido) no interior dos desenhos do que aqueles mais próximos das bordas.
Em quase toda a sua totalidade esses desenhos surgem durante a noite, no meio do silêncio e da escuridão nos campos de cereais e pessoas que acampam nos locais de maior incidência, na expectativa de registrar uma dessas figuras se formando acabam se frustrando por passar a noite em claro sem conseguir testemunhar nenhuma luz ou som diferente e em algumas vezes acabam se surpreendendo ao ver com o clarear do dia que a poucos metros de onde estavam acampados apareceu um desenho, misteriosamente como se tivesse sido feito por algum tipo de energia invisível ao olho humano.
Existem diversos pesquisadores tentando interpretar o significado dessas figuras, alguns ligando os desenhos a símbolos matemáticos, outros associados a sistemas astronômicos, além de compará-los a simbologia de civilizações antigas, como Persas, Druidas, Romanos, Celtas, Egípcios...
Segundo pesquisadores, esses desenhos (círculos ingleses), devido a sua complexidade, seriam impossíveis de serem feitos pelas mãos humanas. A maior quantidade dos círculos costuma aparecer em plantações localizadas ao redor do local do monumento de Stonehenge e outros sítios arqueológicos importantes como Avebury e Silbury Hill.

Importância de Stonehenge para a História da Matemática

A maior parte dos historiadores que estudaram Stonehenge afirma que o mesmo era usado como uma calculadora de pedra, um verdadeiro computador megalítico com o objetivo de prever o nascimento do Sol e da Lua no solstício e no equinócio. Contudo, existem historiadores que não aceitam os argumentos e dados associados e apresentam outras explicações para a construção desse monumento.

Fontes:
Revista Turismo, Agosto’2.004 – reportagem de Wagner Vieira
(www.revistaturismo.com.br)
Site Mistérios Antigos: www.misteriosantigos.com